Edgard Scandurra
Em quatro décadas de dedicação à música, Edgard Scandurra contribuiu para a cena musical brasileira com mais de 90 álbuns gravados, sendo oito discos solo ou em parceria, 53 como integrante de outros projetos e bandas e 32 participações e produções.
Da icônica banda paulistana IRA! ao projeto musical infantil Pequeno Cidadão, passando por Arnaldo Antunes, Paralamas do Sucesso, Cidadão Instigado, Marina Lima, Otto, Karina Buhr e As Mercenárias, o músico soma um registro musical potente.
Há 40 anos, um dos mais importantes e reconhecidos artistas brasileiros ganhava seu primeiro cachê, no valor de cem cruzeiros, no clube paulistano “A Ponto“, localizado na avenida Ibirapuera.“Eu tinha 15 anos e o cachê dava para comprar um refri, um bauru e ajudar meu pai a colocar gasolina!”, diverte-se um dos fundadores da banda IRA!. Mas antes deste rito que marcou sua profissionalização artística, a aptidão musical já estava inegavelmente instalada no DNA de Edgard Scandurra. Aos 5 anos de idade (!), assistia de perto os ensaios da banda do irmão que, nas horas vagas, deixava o pequeno tocar um pouco a guitarra e o violão. Aprendeu alguns acordes e transformou o violão em seu brinquedo favorito na infância e adolescência.
Em 1977, formou sua primeira banda, um trio chamado “Subúrbio” que revelou suas primeiras composições de músicas e letras. Depois de 5 anos, a carreira musical de Scandurra foi interrompida por uma convocação pelo serviço militar (experiência que inspiraria um dos maiores sucessos do IRA!, “Núcleo Base”). O Ira! foi um salto importante na carreira profissional, em 1981, e abriu espaço para colaborações em outros projetos da cena alternativa paulistana, como a banda feminina As Mercenárias, na qual tocou bateria de 1982 a 1984; e as bandas Smack e Cabine C, nas quais tocava guitarra.
A história de Edgard Scandurra se confunde com a história da música brasileira dos últimos 40 anos, com atuações no rock, na MPB, na música eletrônica e no underground. Fundador, guitarrista e compositor do IRA!, Scandurra é consagrado por seu estilo único em riffs e solos de guitarras. Canhoto que não inverte as cordas para tocar. Gravou a guitarra de diversos álbuns do parceiro Arnaldo Antunes, colaborou com artistas como Karina Buhr, Bárbara Eugênia e Marcelo Jeneci. Em 2009 lançou o projeto Pequeno Cidadão, voltado para o público infantil, e desde 1996 está na ativa com seu trabalho de “organoeletrorock” (como ele mesmo define) chamado BENZINA. Eleito pela revista Rolling Stone um dos 100 artistas mais importantes da história da MPB de todos os tempos, transita com total desenvoltura em todos os palcos sejam alternativos ou principais, como um operário do rock, a serviço de seu instrumento e de sua arte. Em 2020, lança o trabalho “Jogo das Semelhanças – Músicas de Celular”, composto e gravado durante a quarentena da Covid 19, entre março e setembro de 2020.